Você quer trabalhar em Portugal? Agora isso pode ser possível e você pode ser recrutado direto do Brasil
País europeu busca por profissionais brasileiros em áreas específicas. Entenda como funciona o processo
Uma nova parceria pode ajudar profissionais brasileiros a conseguirem um trabalho em Portugal. A Move, legaltech portuguesa que atua com mobilidade profissional, fechou parceria com três consultorias no Brasil de recrutamento e seleção: Somos Hub (São Paulo), HUNTINTI (Rio de Janeiro) e Grow Group (Pernambuco).
“A união visa resolver um problema grande em Portugal: a falta de recursos humanos”, diz Renato Martins, Ceo da Move
Atualmente em Portugal, devido ao verão, há 45 mil oportunidades de trabalho para o setor de turismo, segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
“Só Lisboa recebe cinco vezes mais turistas que o Brasil todo. É um fluxo de turismo muito grande e as empresas não têm como contratar. Há restaurantes fechados em Algarve porque não tem mão de obra. E todo o verão isso se repete”, afirma Martins.
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Como vai funcionar a parceria?
A ideia da parceria é recrutar profissionais e facilitar o trâmite legal. Para isso, o processo é dividido em duas etapas:
- O processo começa com as recrutadoras brasileiras analisando os perfis de acordo com as vagas que as empresas em Portugal estão ofertando. O profissional que for aprovado no processo seletivo pela empresa portuguesa, passará para a segunda fase;
- Nesta segunda etapa, a Move cuidará de todo os trâmites jurídicos para facilitar a mobilidade, como visto e autorização de residência.
“É um trabalho a quatro mãos. O foco das agendas é trazer pessoas qualificadas de acordo com a falta de mão de obra em Portugal. Essas recrutadoras têm o desafio de entender os mercados locais e como esses profissionais buscam essas oportunidades. Nós, ajudamos com o processo dos vistos e todo o trâmite legal português.”
Por que Portugal chama tanto a atenção dos brasileiros?
Há três razões que atrai brasileiros para Portugal: segurança, qualidade de vida e idioma.
“Portugal sempre figura entre os países mais seguros do mundo. No ranking deste ano ele está em 7º lugar”, diz o CEO da Move.
Martins comenta que apesar de não ser um país onde a pessoa terá mais chances para juntar riqueza, é um lugar que estimula a qualidade de vida e garante direitos como saúde e educação de qualidade:
“A Europa em si tem um estilo de vida com balanço entre a vida cultural, familiar e o trabalho. As pessoas da geração Z e Y já buscam essa nova forma de viver. Existe um equilíbrio entre o trabalho e a vida, e em Portugal o sistema de saúde e educação são muito eficientes.”
Qual é o maior desafio para contratar um brasileiro?
Burocracias (como processar vistos e autorização de residência), são os maiores desafios para quem quer se mudar para Portugal, segundo Martins.
“Muitas vezes a empresa portuguesa precisa de um talento em 15 dias, e a burocracia não permite que esse talento esteja em Portugal neste tempo. Essa parceria com as recrutadoras brasileiras ajudará neste processo.”
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Como o brasileiro pode evitar “entrar em roubadas” em Portugal?
A roubada mais usual, segundo o CEO da Move, é a pessoa imaginar que pode ir para a Europa sem planejamento e sem informação. “É muito importante entender os requisitos de cada visto, além dos requisitos econômicos.”
Para realizar essa transição de nação, o CEO destaca três pontos para os futuros profissionais estrangeiros:
- 1º – Vistos e autorização de residência: é muito importante entender os requisitos de cada visto e apostar no que te dá mais chances;
- 2º – Parte trabalhista: é necessário saber as regras trabalhistas que estão em jogo em cada setor, para não se frustrar;
- 3º – Entender as regras fiscais: você não vai receber o salário anual de forma integral, a pessoa terá que pagar tributos ao estado.
“Cada país constrói sua legislação de atração de talentos e investimentos de acordo com a sua necessidade econômica. Portugal está hoje muito focado na área tecnológica, por exemplo. Profissionais dessa área tem facilidade de conseguir um emprego.”
Quais são os vistos que o cidadão estrangeiro pode adquirir?
Os vistos dão oportunidade ao cidadão estrangeiro residir, trabalhar e/ou estudar, e em Portugal há seis possibilidades:
- Visto para procura de trabalho (art 57-A);
- Visto para exercício de atividade profissional subordinada (art 59);
- Visto para exercício de atividade profissional independente (art 60);
- Visto para profissional altamente qualificado (art 61 e 61-A);
- Visto para Nômades Digitais, (art 61-B);
- Visto para estudo/estágio/voluntariado, (art 62).
Houve alterações na política de imigração?
A demanda de brasileiros que buscam por vistos de residência em Portugal vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, e, segundo Martins, as políticas para a imigração estão cada dia mais convidativas.
“Desde 2019, Portugal atrai profissionais altamente qualificados em tecnologia pelo programa Tech Visa. Ainda, as mais recentes alterações à lei dos estrangeiros, no início de 2023, motivaram ainda mais os brasileiros, com o visto para procura de trabalho.”
Quais áreas mais são requeridas em Portugal?
Tecnologia: todo o tipo de trabalho com ligação com desenvolvimento, programação e vendas em empresas e processos de tecnologia (são os candidatos ao visto Tech Visa).
“A formação nesta área de tecnologia é importante, mas os anos de experiências contam mais. há um desejo de transformar Portugal em um hub tecnológico (num polo de difusão) português para a Europa”.
Serviços: todo o verão há déficit de profissionais de hotelaria e turismo.
“A associação de hotéis e turismo faz um cálculo todos os anos para avisar o governo sobre a necessidade de contratar pessoas nem que seja de forma sazonal. E trata-se de uma área onde o inglês é importante, porque em Portugal o turismo é muito internacional.”
Construção civil: há déficit também de mão de obra de engenheiros. “A demanda por construção de hotéis aqui em Portugal está muito alta e surpreende a cada ano”.
Além de causar um impacto no mercado de trabalho português, o CEO da Move reforça que a parceria com as recrutadoras brasileiras tem como objetivo contribuir para profissionais cada vez mais completos e internacionais:
“Ter uma carreira internacional é o que chamamos aqui de força de trabalho global. Nossa parceria mostra que hoje há oportunidades fora do Brasil que podem alavancar a sua carreira, mas é preciso planejamento e qualificação”, diz Martins.